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outubro 2019
Levantamento produzido pela Secretaria de Transportes, em 2016, evidencia que a viabilização do projeto custaria anualmente cerca de 103 milhões aos cofres públicos, gerando um rombo na pasta. Em contrapartida, a socióloga Júlia Daher, argumenta: “Primeiramente o número de 61 mil estudantes listados por eles vem de um dado muito duvidoso obtido em “sítios eletrônicos”, o que me parece uma base rasa de sustentação”. Ela ainda aponta que um segundo problema encontrado no cálculo da SPTrans seria o que chamam de “potencial de utilização do passe”, ou seja, o número de dias de uso por ano, considerando apenas 5 dias da semana, numa realidade onde grande parte dos estudantes também trabalham e portanto, estudam ao final de semana.
Buscando exatidão orçamentária, Dahler criou um relatório com informações atualizadas, apenas contendo dados de cursinhos populares, livres e comunitários da capital paulista. Obteve os dados através de contato telefônico, uma vez que os espaços de educação não formal são excluídos do Censo Escolar: “Perguntávamos o número de matrículas realizadas, quantos dias por semana estudavam e quantos meses por ano”. A partir destes dados, consultando as 101 unidades somaram-se 15.755 alunos, número quatro vezes menor que o apontado pela SPTrans. Considerando que a maioria dos cursinhos foram computados, três orçamentos surgiram com os respectivos valores 11, 12 e 14 milhões de reais. “Esses valores, se pensados em relação ao orçamento da Secretaria de Transportes de 2019, representam entre 0,33 e 0,37%”. Por fim, considerando o estudo de Júlia, garantir a gratuidade para todos os estudantes de Cursinhos Populares da cidade de São Paulo corresponderia a 0,5% do orçamento da secretaria de transportes.