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julho 2023
“Eu e cerca das 300 famílias que vivem onde eu moro somos vítimas recorrentes do racismo ambiental. De onde a gente vem, é costume temer a temporada de chuva. Há dois anos, a defesa civil disse para mim e minha família que deveríamos sair da casa onde residimos por ser uma área de risco, uma área em que, a qualquer momento, o teto poderia desabar sobre nós. Essa é uma realidade que afeta 99% da juventude que está aqui e que também vem das periferias como eu”, relatou Matheus Emiliano, 23 anos, integrante da coordenação do Núcleo 11 de Agosto da Uneafro Brasil e morador da periferia de Poá, Grande São Paulo.
Em seu momento de fala, a Ministra Marina Silva relembrou sua história, em parte muito conectada com as histórias da juventude negra e indígena dos cursinhos e reconhece a importância desse diálogo com os movimentos sociais e de juventude. “A gente vive um mundo desigual e essa desigualdade tem nome, endereço, telefone e cor da pele. A maioria dos problemas recai sobre o povo preto, o povo indígena, sobre o povo pobre. É claro que, para mudar, a gente tem que mudar as estruturas, por isso, os movimentos que aqui estão fazem a diferença”.
A 1ª Jornada Pela Equidade Racial na Educação foi realizada entre os dias 28 e 30 de junho de 2023, com uma comitiva de mais de 150 pessoas, entre professores, voluntários, militantes e, sobretudo, estudantes de 26 dos 30 núcleos de educação popular da Uneafro Brasil, no Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP), e fez uma agenda histórica com representantes do Ministério da Educação, Ministério do Meio Ambiente, Palácio do Planalto e Congresso Nacional para dialogar sobre as pautas do movimento negro em defesa da educação.