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março 2022
No pedido da Uneafro, é citado também uma suposta associação entre integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL) e grupos de extrema direita da Ucrânia responsáveis pela propagação de ideologia nazista.
O pedido, direcionado à Promotoria do Núcleo de Direitos Humanos do MP-SP, cita trecho da entrevista do deputado federal Kim Kataguiri (Podemos) ao youtuber Bruno Aiub, conhecido como Monark, no podcast Flow. No dia 7 de fevereiro, o parlamentar afirmou que “foi um erro a Alemanha ter criminalizado o partido nazista”. Após o caso repercutir nacionalmente, Kim Kataguiri fez uma publicação nas redes sociais afirmando que errou e pedindo desculpa à comunidade judaica. “Eu errei e a comunidade judaica tem razão de me criticar por eu ter dito esse absurdo”, afirmou o parlamentar à época Em entrevista ao Brasil de Fato, o professor e ativista político Douglas Belchior, coordenador da Uneafro Brasil e integrante da Coalizão Negra por Direitos, acrescenta uma publicação nas redes sociais do deputado estadual Arthur do Val durante à viagem ao país europeu. Na imagem, ele aparece ao lado de centenas de coquetéis molotov, dispositivo incendiário caseiro utilizado no conflito com a Rússia. Na publicação, Arthur do Val afirma estar ajudando o exército ucraniano. “Contudo, não há declaração oficial do Governo Ucraniano em relação ao recrutamento de estrangeiros para a produção das bombas caseiras. A mera aparição do deputado ao lado de bombas caseiras, deve ser investigada, haja vista a tensão política que tem regido o nosso país”, diz a solicitação de Belchior. “Pela gravidade do exposto, verifica-se que os fatos ensejam séria investigação por parte do Ministério Público de São Paulo, por meio da instauração de inquérito e todos os demais meios que possibilitem a atuação no caso”, encerra o documento. Procurado pelo Brasil de Fato, o MBL criticou o ofício da Uneafro. “A representação não passa de um delírio oportunista que tenta criar conexões inexistentes. Trata-se de uma ação puramente publicitária, com a plena ciência de que não existem fundamentos para se chegar a algum resultado jurídico, mas apenas midiático.”Em arquivos de áudio obtidos pelo Brasil de Fato, Arthur do Val afirma que mulheres ucranianas são “fáceis, porque são pobres”, entre outros comentários misóginos e machistas.
“São fáceis, porque elas são pobres. E, aqui, minha carta do Instagram, cheia de inscritos, funciona demais. Não peguei ninguém, mas eu colei em duas minas, em dois grupos de mina. É inacreditável a facilidade. Essas minas, em São Paulo, você dá bom dia e ela ia cuspir na sua cara. E aqui são super simpáticas”. Na fronteira com a Eslováquia, o autor do áudio compara a fila de refugiados ucranianos – que somam mais de 1 milhão, segundo a ONU – com a “fila da melhor balada do Brasil”.Ainda na sexta-feira (4), horas após o vazamento dos áudios, o Podemos publicou uma nota em que afirma a instauração de um “procedimento disciplinar interno para apuração dos fatos”. Ainda no comunicado, o partido afirma “que repudia com veemência as declarações”
Pelas redes sociais, presidenta do Podemos, a deputada Renata Abreu, criticou as declarações do colega de legenda, classificando-as como “gravíssimas e inaceitáveis”Fonte: Brasil de Fato Edição: Lucas Weber